sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Na Tarraqueta - coluna do Roberto Costa

Sem herdeiro I – Politicamente falando, o ex-governador Pedro Pedrossian não conseguiu deixar alguém na família que fosse capaz de manter o pedrismo vivo na cultura política estadual.
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Sem herdeiro II – Outro nome emblemático da política sul-mato-grossense, Londres Machado, no exercício do 11º mandado consecutivo de deputado estadual, deve seguir o mesmo caminho.
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Sem herdeiro III – Maurício Picarelli, que pela sétima vez seguida desempenha a função de deputado estadual, deixa transparecer que o gene político parece que não faz parte da família.
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Sem herdeiro IV – Onevan José de Matos, outro veterano quando se trata de disputar eleição (vereador, prefeito e deputado), não conseguiu ver aflorar dentro da própria família um nome para sucedê-lo.
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Sem herdeiro V – Juvêncio César da Fonseca, que já foi vereador, secretário municipal e estadual, prefeito de Campo Grande por duas vezes e senador da República, saiu de cena sem deixar herdeiro.
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Sem herdeiro VI – Ari Rigo, com ou sem a “Operação Uragano”, é outro experiente político que não conseguiu encontrar dentro da família alguém devidamente preparado para o míster.
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Sem herdeiro VII – Outro nome bastante conhecido da política sul-mato-grossense é o do atual presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jerson Domingos. Tudo indica que ele não terá herdeiro.
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Sem herdeiro VIII – Antonio Carlos Ribeiro Arroyo cumpre o quinto mandato consecutivo na Assembleia Legislativa sabedor de que dentro da família não terá um nome para dar sequencia ao trabalho que vem realizando.
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Sem herdeiro IX - O deputado estadual Zé Teixeira, agropecuarista e representante da Região da Grande Dourados, exerce o seu quinto mandato na Assembleia Legislativa, sabe perfeitamente bem que não tem sucessor.
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Sem herdeiro X – Lúdio Martins Coelho (já falecido), mesmo tendo exercido os cargos de prefeito de Campo Grande e senador, partiu para o andar de cima sem deixar herdeiro político.
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Sem herdeiro XI – André Puccinelli Júnior tem vocação para sala de aula e escritório de advocacia, logo, portanto, não existe a menor possibilidade dele seguir os passos do pai (Governador André Puccinelli) na política.
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Com herdeiro XI – Ramez Tebet, que foi prefeito de Três Lagoas, deputado estadual, secretário de Estado de Justiça, vice-governador, Governador, senador e Ministro da Integração Nacional, passou o espólio para Simone e para o genro Eduardo Rocha.
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Com herdeiro XII – Nelson Trad quintuplicou seus feitos na política com as eleições de Nelsinho Trad (vereador, deputado estadual e prefeito de Campo Grande), Marquinhos Trad (vereador e deputado estadual) e Fábio Trad (deputado federal), além dos parentes Luiz Henrique Mandetta (deputado federal) e Paulo Siufi Neto (vereador).
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François de La Rochefoucauld – “A confiança que temos em nós mesmos, reflete-se em grande parte, na confiança que temos nos outros.”

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Crônica da Semana

 A necessidade faz a vítima, a última a sair esquece a porta aberta, acerta mais o que mais erra, em terra de cobra jacu não pia, em dia de festa também sai enterro, em terreiro de dois galos um não canta, manta que cobre os pés descobre a cabeça, cabaça furada segura pouca água, mágoa passada ainda move vingança, esperança perdida não acha o caminho, espinho afiado não protege a rosa, roça no mato também frutifica, fica na frente quem chega atrasado, atrai o pecado o fervor da malícia, atiça a paixão o calor do sorriso, aviso tardio caso perdido, perdão dependente é débito em caixa, faixa amarela perigo iminente, eminência parda não tem cor definida, definhado esparso rompe barreiras, berreiro disperso não dá gritaria, avaria geral às vezes dá conserto, concerto imperfeito toca mas desafina, desafia quem tem bala na agulha, fagulha acesa ilumina e incendeia, sereia encanta e mata o excitado, o êxito leva do sucesso ao fracasso, o escasso eleva o nada ao total, o tótem simboliza o bem e o mal, de mau a pior até melhorar, do mel ao fel até o fiel, do cartel à tabela até o controle, o contrito não é perdoado, o perdão não cura feridas, o feriado não aumenta o salário, o rosário não faz as contas, as pontas geralmente desapontam, os apontamentos não indicam, as dicas não explicitam, o implícito esclarece tudo, o mudo fala muito alto, o autor não lê a obra, a cobra não pica o dono, o donoso não se adona, a dona não se apropria, o próprio não se conhece, o cujo desconjura, o juramento é retórico, o meteórico é virtual, a virtude é casual, o caso é inevitável, o eviterno tem limite, a liminar elimina, a iluminação obscurece, o obsecração chega tarde, o tardio chega na hora, a horizontal não tem tamanho, o amanho não faz chover, o chovinista não salva a pátria, o patriarca não fala alto, a altivez não quita fatura, o futuro não tem compromisso, o omisso emite juízo, o juiz omite o mérito, o meritório não reclama recompensa, o recomeço dispensa o cansaço, o embaraço não empata a doença, a dor não elege paciente, paciência não se aprende na escola, esmola não cobra juros, juras não contaminam, vitamina não engorda, corda não enforca, porca não torce o rabo, rabisco também é letra, letrado também não sabe, sabre também não perfura, perfunctório não passa, o passaredo não migra, o magro não come menos, o mais muito obrigado e até a próxima vez  

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Quem não chora não mama, reclama quem tem razão, racionaliza quem faz conta, aponta quem tem direção, digere quem tem fome, fomenta quem tem visão, divide quem tem de sobra, cobra quem tem haver, avia quem tem receita, rejeita quem não concorda, acorda quem é esperto, aperta quem tem força, forca quem tem a corda, concorda quem conhece, consegue quem insiste, assiste quem tem bom gosto, gosta quem empatiza, empata quem equilibra, vibra quem tem prazer, apraza quem sabe a data, dita quem sabe de cor, cora quem tem pudor, pode quem resiste, insiste quem tem saco, sacoleja quem tem mola, amolece quem tem molho, molha quem faz chover, chouve quem tem a chave, xaveca quem tem queda, queda quem sabe a hora, ora quem tem santo, senta quem tem assunto, assunta quem tem bom senso, censura quem tem mordaça, morde quem tem dente, endenta quem tem peças, pede quem precisa, precisa quem tem conceito, aconselha quem tem saber, sobe quem tem escada, agrada quem sabe dar, dana quem não tem dom, doma quem não tem dó, dói quem não se protege, pretere quem não conhece, concebe quem compreende, comprime quem não convence, convenda quem reconhece, endurece quem é mole, mela quem não confia, configura quem padroniza, patroniza quem tem voz ativa, ativa quem tem a senha, assanha quem manuseia, manoseia quem manobra, soçobra quem não tem pique, pica quem tem ferrão, ferra que tem marca, merca quem tem conversa, versa quem tem inspiração, expira quem não resiste, registra que tem certeza, acerta quem tem palpite, apalpa quem é sensível, sente quem tem consciência, consorcia quem depende, desprende quem cria asa, assa quem tem espeto, espectrifica quem não tem rosto, arrosta quem sabe arrotar, arroteia quem vai plantar, pranteia quem tem saudade, saúda quem está chegando, achega quem está carente, acaricia quem tem afeto, afeta quem tem carisma, encarece quem tem cacife, cacica quem tem borduna, aborda quem não tem borda, aborta quem fecha a porta, aporta quem tem porto, oportuniza quem tem chance, chancela quem tem carimbo, cachimba quem tem passado, passa quem tem passivo, passeia quem tem passagem, pacifica quem tem talento, tilinta quem tem badalo, bedelha quem não é chamado, chama quem aglutina. E haja lugar comum.     

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A dor ensina a gemer, a gema dá cor ao ovo, o povo aprende a votar, o devoto fideliza, o fado indica o caminho, o cominho dá o gosto, agosto bate o frio, o vazio dá o eco, o oco a profundidade, a idade a paciência, a ciência a sabedoria, o sabor abre o apetite, o palpite fecha o jogo, o fogo queima o juízo, o juiz cria a razão, a ração engorda a cria, a nostalgia ensina a ter saudade, a qualidade a selecionar, a solução a esquecer, o aquecimento a esfriar o medo, o segredo a desconfiar de tudo, o todo a ambicionar o resto, o rastro o caminho de volta, a porta a saída do beco, a beca a entrada da festa, o fausto a noção do difícil, o omisso a deixar pra depois, dois o melhor atalho para ir e vir, servir escolher o jeito de ser provido, prever a errar menos, menosprezo a se arrepender mais tarde, o covarde a viver em segurança, a bonança a lembrar os tempos bicudos,  a bicuda a extrair o bicho de pé, a pesada a medir a massa do néscio, a necessidade a ser precavido, a novidade a desconfiar, o desconforto a sentar, o sentimento a perdoar, o perdedor a não competir, o competente a compartilhar, o comparsa a dedurar, a dedução a raciocinar, o racionado a poupar, o polpudo a se lambuzar, a lambança a ficar esperto, o aperto a sofrer calado, o calado a profundidade, a idade a não ir com muita sede ao pote, o potencial o caminho das pedras, o pedreiro a demolir e construir, o constrangido a reagir, o regente a organizar, a organogenesia a formar, a forma a moldar, a moldura a enquadrar, o quadrúpede a pegar peso, o preso o bom comportamento, as comportas a manter o volume, o volátil a desmanchar, a desmama a pastar, a pasta a arquivar, o esquivo a arriscar, o arisco a afastar, a afasia a silenciar, a silepse a adequar, a decoada a depurar, o deputado a disputar, o deputar a confiar, o confidente a segredar, a segregaçao a comungar, o comuna a dividir, a dívida a questionar, o questionário a responder, o responsável a confiar, o confete a celebrar, o cerebelo a se mover, o semovente a se mudar, o mudo a se comunicar, o comutador a desligar, o deslinde a aclarar, o aclaustar a refletir, o refletor a iluminar, a liminar a revogação, a revoada a migração, a miscigenação a socializar, a sociabilização a amarrar os laços, a liça a luta, o lutário o banho, a banha a fritar, o frisar o destaque, o desfalque a se precaver, o precatório a receber, o recibo a comprovar a quitação. Impossível é aprender.          

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Crônica da Semana

Eu amo a campina verde e as flores silvestres, o silvícola e seu cachimbo da paz, pazear as contendas entre os animais, a animação da fauna no cio, o navio atracando no cais, os corais no coreto cantando aleluia, o tapuia na terra cantando vitória, a glória da guerra vencida com mérito, o féretro do herói envolto à bandeira, a peneira escolhendo a semente, a serpente encantando a caça, a praça tomada por gente querendo, querência lembrada nas rimas do verso, reverter resultado adverso, advertir ao desacautelado, desencastelar o inadequado, inabilitar a infelicidade, felicitar os dados positivos, positivar os números restritivos, restrugir os atos de bravura, esbravejar os gestos insensatos, incentivar os gostos apurados, apurar todos os votos válidos, avaliar todas as pendências, pendurar as chuteiras ao final do jogo, jogatar o jugo do atrabiliário, o relicário dos remanescentes, a nascente de águas milagrosas, as garbosas danças de salão, o balão desafiando o céu, o véu ataviando a noiva, a nova reciclando os fatos, os fatores alterando o resultado, o resultante com saldo favorável, o favorito com lugar no pódio, o nó górdio sendo desatado, o desacatado tendo reparação, a repartição de portas abertas, a albertina de portas fechadas, o feixe que verga e não quebra, o quebrantamento da intolerância, o tolejar das genialidades, as generalidades da contextuação, o contexto da consumação, o consumidor conjuminando seu direito, as diretrizes digerindo as incongruências, as inconjugáveis paixões desmedidas, as feridas cicatrizadas de dores antigas, as cantigas de ninar adultos, os dutos que levam água ao deserto, a dissertação de fatos infaustos, o infactível como obra de arte, o artefato como meio de locomoção, louca emoção como puro prazer, prazo elástico para pagar a conta, ser contra quem é sempre a favor, o fervor por limite da crença, a imensa planície de águas correntes, as correntes quebradas e a liberdade liberta, o libertário livre para fazer, o querer pelo simples dever de querer, esquecer o que não convém lembrar, chorar mas chorar de alegria, a alegoria das festas de rua, a lua acobertando o beijo roubado, o arribado fugindo do frio, o rio apressado descendo o lajeiro, o ligeiro lobinho desafiando a noite, o açoite do vento espantando o nevoeiro, o moveleiro modelando o poste e até a morte, enquanto não quiser saber de mim.