quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Cronica da Semana

No outro ano quero que você tenha muita lenha para queimar, um lugar pra ficar só, um Sol ligado em seu dia, alegria sem intervalo, um cavalo arreado, um passado pra contar, uma conta pra recibar, uma receita aviada, uma escada pra subir, um subinte pra comparar, um compadre pra concordar, uma corda pra roer, um reio para bater, uma bateria para seguir, um cego para guiar, um guizo para marcar, uma marca a atingir, um tingimento pra renovar, renome para influir, influxo para criar, crias para sucedê-lo, cabelo pra pentear, ponte para atravessar, trevo para proteger, protelação para escapar,  escopo para esculpir, escrúpulo para decidir, dissídio para decifrar, decíduo para não doer, doação para ser feliz, felicitações para  confraternizar, confrangimento para retroverter, retroação para não encarar, encarecimento para selecionar, solecismo para corrigir, currículo para mostrar, mostarda pra temperar, têmpera para resistir, resignação para ter perdão, condão para obrar milagres, vinagre para realçar o sabor, saber para se ilustrar, lustre para brilhar, brilhantes para brindar, blindagem para deter, detetor para revelar, revanche para vingar, vinco para distinguir, dístico para identificar, idêntico para socializar, sócio para repartir, reparo para consertar, concerto para louvar, louros para encantar, desencontros para lamentar, lameiro para testar, texto para decorar, decoro para adequar, equação para igualar, gala para receber, receio para temer, tema para discutir, disco para arremessar, arremedo para enganar, engate para arrancar, arrancão para extirpar, extintor para apagar, apego para afagar, afagia para fazer economia, ecocentros para exumar a Natureza, naturalidade para conhecer a derrota, derrogação para equilibrar, equidade para julgar, jugo para desfazer, desfaçatez para passar batido, batalha para valorizar a vitória, vistoria para superar suspeitas, suspensão para corrigir o rumo, ruminação para triturar o assunto, assunção para resolver, resolução para transformar, transfixão para inocular o bem, beneficência para socorrer o próxi- mo, o máximo para que nunca falte, fausto para que todos tenham, tenaz para conter dissenções, dicernente para não cometer injustiças, injunção para infundir o melhor, maior para se superar, supera-bundante pra ninguém reclamar, em fim, vou querer pra você tudo o que você quiser para mim.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Congresso submete prefeitos

Uma visão atual das relações entre legislativo e executivo no Brasil


Se você, como a maioria do povo brasileiro, acha que o Congresso Nacional é submisso ao pode executivo, que a bancada governista come na mão da presidente da República, este segundo semestre mostrou que você estava completamente errado. O parlamento brasileiro não só é independente e livre, como coloca sempre os interesses dos parlamentares e dos grupos que senadores e deputados representam acima de quaisquer outros, inclusive os interesses nacionais. Para safar os desmatadores (entre eles muitos parlamentares) a quem pomposamente chamam de homens do agronegócio, aprovaram um código florestal que é um histórico retrocesso, perante a sociedade brasileira e a comunidade internacional. E para conseguir a anistia para seus honoráveis delinquentes, atropelaram a própria presidente, que, para não sair no prejuízo, negociou a aprovação da DRU, que a oposição qualificou de cheque em branco, mas votou a favor, e, de quebra, ainda conseguiu isentar a União de percentual fixo de seu orçamento em saúde pública, que passará a ser responsabilidade quase que total das prefeituras e dos Estados. Por que a maioria governista não peitou a presidente em favor dos Estados e municípios? Elementar, meu caro Moka. A força do agronegócio é muito mais poderosa que a dos prefeitos e governadores, sem contar que ao aprovar uma disposição, onde os repasses da União para a saúde seriam vinculados e constitucionalmente assegurados, os eminentes representantes do povo estariam abrindo mão de seu papel de despachantes, no item orçamentário que mais rende emendas parlamentares, o grande negócio legislativo do momento. Deputado que preza o seu mandato e senador que sonha com reeleição ou voos mais elevados na carreira, perdem muito mais tempo nas antessalas dos ministérios que em seus gabinetes ou no plenário. Para continuar levando algum da União e suprir seu precário atendimento de saúde, os chefes de executivos terão que continuar correndo o pires nos ministérios, com a proteção das milícias parlamentares. É este o quadro e não há perspectiva de mudança a curto prazo, até porque o sistema é péssimo para a democracia, mas ideal para os atuais detentores de mandatos parlamentares.

domingo, 27 de novembro de 2011

Cronica da Semana

A lua é dos namorados, o passado dos poetas, do profeta o futuro, o muro dos indecisos, o juizo do mais justo, o custo do mais caro, o claro do mais honesto, do presto a pressa, da professa a devoção, da ovação o sucesso, o progresso da nação, da noção o precavido, do atrevido a ousadia, a mania do bizarro, o esparro do atrevido, do proibido a lei, do legado o sucedente, do suplente o suplício, o precipício do apressado, o apreçado da tabela, da panela o caruru, do cururu a lagoa, a lagosta do cardápio, do esculápio a receita, o recital do recinto, o requinte da crueldade, a bondade da fada madrinha, a farinha do feijão, do sermão a ladainha, a rainha do zangão, do zangado o mau humor, do tremor o terremoto, da foto a cara de riso, o conciso da concitação, a remissão dos pecados, a picadura da abelha, do abelhudo a carraspana, do carrascal as pedras, as pedradas da injustiça, a justeza do exame, o enxame dos cometas, do gameta a geração, a geral da torcida, o torcido do sentido, os sentidos do sentinela, o sentimento do santo, o santuário do mito, da mitose a célula, a celulite da pele, da peleia o valente, o valete do baralho, o barulho do vento, as ventas da vaca louca, a louça da prateleira, de prata o anel, o mel da cana moida, a ferida do desprezo, do preso a cela insalubre, do úbere o leite sadio, do sádico a crueldade, o cru do banho-maria, a mania de grandeza, a esperteza do velhaco, a velhice da idade, a idéia do jerico, o jericó do alagado, o alegado do leigo, o legado da legação, a delação da legenda, a legião dos aflitos, o conflito de interesses, o estresse dos açodados, dos acordados a corda, os acordes da canção, o avião do ministro, o sinistro do tropeção, o tropear da vacada, a vacancia do curral, o cural do destentado, o desdém dos afetados, o afeto dos desafeitos, do desafeto a vendeta, do vendeiro a quitanda, da quitação o recibo, o ressaibo da ressaca, a ressacada do rio, o riso do rico, o ricochete do projétil, do projeto o veto, o vetor da pandemia, o pandemônio das torcidas, o torcicolo do pescoço, do piscoso a pescaria, do pecado a confissão, o confisco dos pertences, a pertinácia dos teimosos, o teismo do cristão, o cristal das águas limpas, a limpidez da inocência, o nocente da sujeira, o sujeito do predicado, a prédica do pregador, do empregador o prego. A lua cheia enche.

sábado, 1 de outubro de 2011

Crônica da Semana

Devagar se vai ao longe, longilíneo é bem maior, maioral manda e não pede, pode mais quem mais investe, investiga o que tem faro, faroleta quem tem brilho, abrilhanta o mais alegre, alega o menos convicto, convite só para festa, festim só pra treinamento, treita pra marcar caminho, cominho pra condimentar, condizente pra concordar, com corda pra se enforcar, focado no clarear, clareza no explicar, explícito no arrazoado, raso para atravessar, travesseiro pra confidenciar, confinar para engordar, engodar para ter lucro, lucubrar para dizer, dizimar pra ressurgir, ressurtir para alcançar, alcance para sentir, sentinela para ver, verdade pra machucar, machucho para escolher, escólio para interpretar, interpor pra malograr, maloio para plantar, plantel para apurar, aparar as arestas, arrostar o perigo, perígono para identificar, idêntico para confundir, confutar para se opor, justapor e ficar junto, junta para governar, governalho pra rumar, ruminar pra decidir, dissídio para se opor, oporino para frutar, fruir para ser feliz, felino pra devorar, devoção para ter graças, graxa para manter, mantéu para proteger, proteico pra sustentar, sustar para corrigir, corrimão pra respaldar, respeito para acatar, catar para depurar, deparar para surpreender, surpassar pra ranquear, ramificar para cobrir, cobril pra reter os ratos, ritos para seguir, seguinte para a fila andar, andrajos para vestir, vestígio para inculcar, cuca para cogitar, cogente pra não restar dúvida, dívida para cobrar, cobres para quitar, quitandas para lanchar, lancha pra navegar, naveta para incensar, incêndio para apagar, pegar para largar, alargar para caber, cabide pra pendurar, pêndulo para regular, régulo pra tiranizar, tirante para apoiar, poitar para fisgar, fiscalizar para coibir, colibri para beijar a flor, florear para interessar, interagir para inteirar, inteiriçar para ficar de pé, pesar para fazer pose, possuir pra utilizar, estilizar para reutilizar, hostilizar pra meter medo, medir para ponderar, peneirar para escolher, escolar para aprender, apreender pra não perder, perdoar para remir-se, remirar pra conferir, confeitar para apetecer, petrechar para ga- rantir, garanhão pra procriar, procrastinar para acertar, assentar para assentir, sentir para sofrer, sofrear pra não cair, caipora para azarar, azaranzar pra distrair, atrair para uma causa e uma casa  pra morar. Devagar não leva a lugar nenhum.         

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Crônica da Semana

Quem tem boca sai de Roma, rema quem tem um braço, embarca quem tem um barco, emborca quem tem um copo, copia quem não escreve, escava quem dá cavaco, cavila quem encavala, cavaleia a montaria, amontoa quem tem mais, massifica quem tem menos, menospreza quem não tem, tematiza o que é dito, destoa quem distingue, distorce quem não tem torcida, torceia quem não tem torque, toca quem tem viola, viola quem não acata, cata quem tem piolho, piora quem tem tendência, tenta quem confia, configura quem concebe, concede quem conhece, convence quem tem lábia, labora quem tem tarefa, tarifa quem tem tabela, tabula quem tem medida, media quem tem talento, tala quem tem provento, prova quem tem bom gosto, gosta quem tem sentido, sentencia quem tem senso, sensibiliza quem tem carisma, carece quem não tem crença, crema quem tem fogueira, fogueteia quem tem motivo, motina quem não tem saída, sai quem tem passagem, passeia quem tem roteiro, roteia quem tem destino, destitui quem tem poder, pondera quem tem limites, elimina quem chega primeiro, preme quem sabe exprimir, espreme quem é previdente, provem quem é filantropo, fila quem tem fome, fomenta quem tem fama, familiariza-se quem se atreve, atravessa quem tem lado, ladeia quem tem parceiro, parcela quem tem crédito, acredita quem é fraco, fracassa quem não crê, crepita quem inflama, infla quem tem balão, baila quem tem cadência, pensa quem tem cabeça, cabe quem tem poupança, polpa quem tem a fórmula, forma quem está na fila, filia quem tem partido, parte quem dá adeus, endeusa quem agrada, gruda quem degrada, deflagra quem deflora, flora quem semeia, assemelha quem tem forma, formaliza quem tem mérito, metodiza quem ordem, ordenha quem tem rebanho, arrebanha quem tem rebenque, arrebenta quem tem repente, repensa quem tem juízo, ajuíza quem tem recurso, recusa quem não recua, recuita quem tem brasa, abrasoa quem tem brio, brilha quem tem estrela, estrela quem tem estilo, estiola quem desliga, deslinda quem esquadrinha, enquadra quem tem ângulo, engole quem é dócil, adoça quem tem melado, melindra quem discorda, acorda quem consente, conserta quem tem ofício, oficia quem tem competência, compete quem tem chance. Quem tem boca consegue uma boquinha.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Crônica da Semana

O homem grita e vocifera, a fera uiva e urra, a surra machuca e ensina, a sina submete os desejos, o ensejo faz a festa, a fresta mostra o mundo, a imundície esconde a cor, a cora branqueia o fato, a foto matiza o cinza, as cinzas geram a fênix, o feno compensa a seca, a cerca dá o limite, o limiar é o fim da busca, o busca-pé dá as boas vindas, o vindicante vinga o atentado, a tentação conduz ao pecado, o pé-quente traz bons fluidos, a fluência confere bons negócios, a negaça leva à sedução, o sedento vai à fonte, a fronte apara o choque, o cheque quita a conta, o contato conta a química, a mímica ameniza o gesto, o gestor harmoniza o modelo, o modem moderniza o meio, os meios minimizam o fim, o sim inferniza o não, o grão insemina o solo, o polo acumula o gelo, o giló concentra o sabor amargo, a amargura desafia a felicidade, as felicitações rompem a barreira da aversão, a versão relativiza a verdade, o verde monopoliza a folha, a falha não interrompe a fila, a filigrana não altera o conteúdo, o manteúdo não sabe quanto custa, a custódia não protege a alma, a arma não protela a morte, a sorte não marca hora, a oração invoca o milagre, o vinagre saboreia a salada, a salacidade é caminho andado para a perdição, o perdão é a chave da remissão, o reminado rema contra a maré, o mareante ruma ao porto seguro, o muro garante a posse, o poço mitiga a sede, a rede balança o sono, o sonho vira pesadelo, o pesar retira um peso, o piso estira o passo, o passivo passa em branco, o banco cobra o juro, a jura quebra quem faz, a fazenda cose a linha, a lenha coze o pirão, o porão esconde a arca, a marca é a diferença, a deferência é o que mais marca, a marcação segura o jogo, o jugo impõe o poder, a poda fecunda o novo, o ovo produz a ave, a nave conduz o amanhã, a manha aduz vantagem,  voragem reluz prazer, o prazo está esgotado, o esgoto contaminou o rio, o riso contagiou a platéia, a alcatéia dispersou os lobos, o lobby dispensou o lucro, o lacre derramou o líquido, a liquidação queimou o estoque, o estoque venceu o duelo, o dueto rompeu o tédio, o remédio curou a gripe, o grampo gravou as vozes, as nozes a nós não serviram, o servo sorveu o amo, o amorfo ganhou forma, a forma queimou o bolo, o bule ferveu o chá, o chato pagou o pato, o pito queimou o fumo, a fama subiu à cabeça e quebrou a cabaça.                 

domingo, 11 de setembro de 2011

Crônica da Semana

A fé move montanha, a manha remove o medo, o dedo dá a direção, a duração indica o fim, a fímbria limita o espaço, o braço alcança o limite, a liminar antecipa o mérito, o meritório leva a medalha, a palha pega fogo, o jogo dá empate, a empáfia faz o estilo, o estalo irrompe a guerra, a serra divide as terras, o terraço encerra o céu, o cio traz fertilidade, fertor antecipa festa, o festo dobra a peça, a poça empoça a chuva, a luva protege os dedos, os dados deduzem o fato, o fito é sempre vencer, o vencimento é mutável, o inimitável é original, a origem é duvidosa, o dadivoso não tem dúvida, o endividado não faz conta, canta quem é afinado, finado não volta atrás, atrasa quem perde a hora, era quem tem boiada, bóia quem não sabe, sobe quem tem fôlego, resfolega o que tem ar, arrepia quem tem pelo, pela quem tem roupa, ripa quem tem razão, rasa quem tem volume, avoluma quem tem decibéis, decisão toma quem pode, ao pódio assoma quem vence, vencido não autoriza, aterroriza quem tem bomba, bomba quem tem bombacha, acha o que não se perdeu, pede o que não sabe mandar, mama quem chora mais, faz a paz quem dá a mão, manuscrito enfeita a letra, aletrado tira de letra, letrista vitaliza a canção, o cancão canta sua sorte, o sortido mata a fome, a fama escreve o nome, a nomeada arruma a cama, o coma anula o sentimento, o sentinela dorme no posto, o pasto engorda o bicho, o baixo eleva o ritmo, o rito enleva a fé, a febre releva a dor, o dorido entristece, o entrincheirado se defende, o defeito se estende, o estandarte tremula o civismo, a civilidade estimula o respeito, o respanço impõe o temor, o tremor prenuncia o trauma, a trama pronuncia o caos, o caso encurta a história, a vitória encarta a causa, a coisa acata o casuísmo, o casual encaixa o previsto, o previver insere o passado, a passagem prefere o atalho, o entulho pretere a reciclagem, o recidivo dispensa apresentação, a presunção prescinde de provas, a provação paga a pena, penumbra não apaga a luz, luzidez não é isenta, pimenta não é refresco, refrega não é derrota, derrogação não anula, a mula não é burra, a surra ensina a chorar, o choro anima a dançar, dança quem desafina, desafia o que domina, denomina quem tem nome, nômade um dia cansa, esperança não tem pressa, presságio não tem data, dito não tem lógica, logo eu tenho nexo.                    

domingo, 4 de setembro de 2011

Crônica da Semana

Mais vale um pássaro voando que dez na mão, uma demão que o simples abandono, o sonho com pesadelo que o sono eterno, o inverno rigoroso que o verão sem umidade, a verdade dolorida que a mentira colorida, a colorreia estancável que a gonorreia transmissível, a transmutação pacífica que o esbulho possessório, o possesso controlado que o processo arquivado, o esquivoso honesto que o atirado desatilado, o desatinado incerto que o ajuizado duvidoso, a dívida quitada que o compromisso assumido, o assomado indulgente que o calmoso insurgente, o surgimento inesperado que a anunciada desaparição, o parecer equivocado que a decisão precipitada, o precipício imprevisto que a previsão de tormenta, o tormento voluntário que o perdão condicionado, o condicente impreciso que o convicente dissimulado, a simulação primorosa que o primor da imperfeição, perfazer pelo atalho e nadar que morrer na praia, espraiar tudo o que sabe que saber pela metade, metodizar o fácil que facilitar os fatos, fatores preponderantes que motivos relevantes, resfolegante por falta de espaço que respirar o ar do outro, outorgar sem merecimento que conceder sem direito, direcionar o resultado que fraudar a prova, provocar os irreconciliáveis que desagregar os convergentes, converter o descrente que convencer o fanático, fanar uma flor no viço que frustrar o odor do cio, pavio curto e flamante que rastilho longo apagado, pagamento atrasado que correr atrás de emprego, prego sem cabeça que cabeça despregada, desapregar o sabido que aprender nulidades, anular o resultado que convalidar o erro, errar pelo mundo afora que parar no submundo, mundializar a mediocridade que universalizar o ódio, a odiosidade honesta que a pusilanimidade desprezível, o risível inocente que a malícia insolente, o solecismo desavisado que a visada afetação, o desafeto valente que o amigo da onça, a geringonça desmontada que a bomba ativada, o atavismo saudável que o saldo devedor, vedar a passagem que obrigar o passageiro, passadiço prazenteiro que duradouro suplício, súplice denegado que presunção deferida, ferida cicatrizada que maldade desferida, desfiar idéias vagas que vogar conceitos cruéis, crueza de decisão que sentença equivocada. Nada vale mais.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Na Tarraqueta - coluna do Roberto Costa

Sem herdeiro I – Politicamente falando, o ex-governador Pedro Pedrossian não conseguiu deixar alguém na família que fosse capaz de manter o pedrismo vivo na cultura política estadual.
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Sem herdeiro II – Outro nome emblemático da política sul-mato-grossense, Londres Machado, no exercício do 11º mandado consecutivo de deputado estadual, deve seguir o mesmo caminho.
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Sem herdeiro III – Maurício Picarelli, que pela sétima vez seguida desempenha a função de deputado estadual, deixa transparecer que o gene político parece que não faz parte da família.
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Sem herdeiro IV – Onevan José de Matos, outro veterano quando se trata de disputar eleição (vereador, prefeito e deputado), não conseguiu ver aflorar dentro da própria família um nome para sucedê-lo.
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Sem herdeiro V – Juvêncio César da Fonseca, que já foi vereador, secretário municipal e estadual, prefeito de Campo Grande por duas vezes e senador da República, saiu de cena sem deixar herdeiro.
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Sem herdeiro VI – Ari Rigo, com ou sem a “Operação Uragano”, é outro experiente político que não conseguiu encontrar dentro da família alguém devidamente preparado para o míster.
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Sem herdeiro VII – Outro nome bastante conhecido da política sul-mato-grossense é o do atual presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jerson Domingos. Tudo indica que ele não terá herdeiro.
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Sem herdeiro VIII – Antonio Carlos Ribeiro Arroyo cumpre o quinto mandato consecutivo na Assembleia Legislativa sabedor de que dentro da família não terá um nome para dar sequencia ao trabalho que vem realizando.
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Sem herdeiro IX - O deputado estadual Zé Teixeira, agropecuarista e representante da Região da Grande Dourados, exerce o seu quinto mandato na Assembleia Legislativa, sabe perfeitamente bem que não tem sucessor.
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Sem herdeiro X – Lúdio Martins Coelho (já falecido), mesmo tendo exercido os cargos de prefeito de Campo Grande e senador, partiu para o andar de cima sem deixar herdeiro político.
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Sem herdeiro XI – André Puccinelli Júnior tem vocação para sala de aula e escritório de advocacia, logo, portanto, não existe a menor possibilidade dele seguir os passos do pai (Governador André Puccinelli) na política.
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Com herdeiro XI – Ramez Tebet, que foi prefeito de Três Lagoas, deputado estadual, secretário de Estado de Justiça, vice-governador, Governador, senador e Ministro da Integração Nacional, passou o espólio para Simone e para o genro Eduardo Rocha.
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Com herdeiro XII – Nelson Trad quintuplicou seus feitos na política com as eleições de Nelsinho Trad (vereador, deputado estadual e prefeito de Campo Grande), Marquinhos Trad (vereador e deputado estadual) e Fábio Trad (deputado federal), além dos parentes Luiz Henrique Mandetta (deputado federal) e Paulo Siufi Neto (vereador).
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François de La Rochefoucauld – “A confiança que temos em nós mesmos, reflete-se em grande parte, na confiança que temos nos outros.”

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Crônica da Semana

 A necessidade faz a vítima, a última a sair esquece a porta aberta, acerta mais o que mais erra, em terra de cobra jacu não pia, em dia de festa também sai enterro, em terreiro de dois galos um não canta, manta que cobre os pés descobre a cabeça, cabaça furada segura pouca água, mágoa passada ainda move vingança, esperança perdida não acha o caminho, espinho afiado não protege a rosa, roça no mato também frutifica, fica na frente quem chega atrasado, atrai o pecado o fervor da malícia, atiça a paixão o calor do sorriso, aviso tardio caso perdido, perdão dependente é débito em caixa, faixa amarela perigo iminente, eminência parda não tem cor definida, definhado esparso rompe barreiras, berreiro disperso não dá gritaria, avaria geral às vezes dá conserto, concerto imperfeito toca mas desafina, desafia quem tem bala na agulha, fagulha acesa ilumina e incendeia, sereia encanta e mata o excitado, o êxito leva do sucesso ao fracasso, o escasso eleva o nada ao total, o tótem simboliza o bem e o mal, de mau a pior até melhorar, do mel ao fel até o fiel, do cartel à tabela até o controle, o contrito não é perdoado, o perdão não cura feridas, o feriado não aumenta o salário, o rosário não faz as contas, as pontas geralmente desapontam, os apontamentos não indicam, as dicas não explicitam, o implícito esclarece tudo, o mudo fala muito alto, o autor não lê a obra, a cobra não pica o dono, o donoso não se adona, a dona não se apropria, o próprio não se conhece, o cujo desconjura, o juramento é retórico, o meteórico é virtual, a virtude é casual, o caso é inevitável, o eviterno tem limite, a liminar elimina, a iluminação obscurece, o obsecração chega tarde, o tardio chega na hora, a horizontal não tem tamanho, o amanho não faz chover, o chovinista não salva a pátria, o patriarca não fala alto, a altivez não quita fatura, o futuro não tem compromisso, o omisso emite juízo, o juiz omite o mérito, o meritório não reclama recompensa, o recomeço dispensa o cansaço, o embaraço não empata a doença, a dor não elege paciente, paciência não se aprende na escola, esmola não cobra juros, juras não contaminam, vitamina não engorda, corda não enforca, porca não torce o rabo, rabisco também é letra, letrado também não sabe, sabre também não perfura, perfunctório não passa, o passaredo não migra, o magro não come menos, o mais muito obrigado e até a próxima vez  

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Quem não chora não mama, reclama quem tem razão, racionaliza quem faz conta, aponta quem tem direção, digere quem tem fome, fomenta quem tem visão, divide quem tem de sobra, cobra quem tem haver, avia quem tem receita, rejeita quem não concorda, acorda quem é esperto, aperta quem tem força, forca quem tem a corda, concorda quem conhece, consegue quem insiste, assiste quem tem bom gosto, gosta quem empatiza, empata quem equilibra, vibra quem tem prazer, apraza quem sabe a data, dita quem sabe de cor, cora quem tem pudor, pode quem resiste, insiste quem tem saco, sacoleja quem tem mola, amolece quem tem molho, molha quem faz chover, chouve quem tem a chave, xaveca quem tem queda, queda quem sabe a hora, ora quem tem santo, senta quem tem assunto, assunta quem tem bom senso, censura quem tem mordaça, morde quem tem dente, endenta quem tem peças, pede quem precisa, precisa quem tem conceito, aconselha quem tem saber, sobe quem tem escada, agrada quem sabe dar, dana quem não tem dom, doma quem não tem dó, dói quem não se protege, pretere quem não conhece, concebe quem compreende, comprime quem não convence, convenda quem reconhece, endurece quem é mole, mela quem não confia, configura quem padroniza, patroniza quem tem voz ativa, ativa quem tem a senha, assanha quem manuseia, manoseia quem manobra, soçobra quem não tem pique, pica quem tem ferrão, ferra que tem marca, merca quem tem conversa, versa quem tem inspiração, expira quem não resiste, registra que tem certeza, acerta quem tem palpite, apalpa quem é sensível, sente quem tem consciência, consorcia quem depende, desprende quem cria asa, assa quem tem espeto, espectrifica quem não tem rosto, arrosta quem sabe arrotar, arroteia quem vai plantar, pranteia quem tem saudade, saúda quem está chegando, achega quem está carente, acaricia quem tem afeto, afeta quem tem carisma, encarece quem tem cacife, cacica quem tem borduna, aborda quem não tem borda, aborta quem fecha a porta, aporta quem tem porto, oportuniza quem tem chance, chancela quem tem carimbo, cachimba quem tem passado, passa quem tem passivo, passeia quem tem passagem, pacifica quem tem talento, tilinta quem tem badalo, bedelha quem não é chamado, chama quem aglutina. E haja lugar comum.     

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A dor ensina a gemer, a gema dá cor ao ovo, o povo aprende a votar, o devoto fideliza, o fado indica o caminho, o cominho dá o gosto, agosto bate o frio, o vazio dá o eco, o oco a profundidade, a idade a paciência, a ciência a sabedoria, o sabor abre o apetite, o palpite fecha o jogo, o fogo queima o juízo, o juiz cria a razão, a ração engorda a cria, a nostalgia ensina a ter saudade, a qualidade a selecionar, a solução a esquecer, o aquecimento a esfriar o medo, o segredo a desconfiar de tudo, o todo a ambicionar o resto, o rastro o caminho de volta, a porta a saída do beco, a beca a entrada da festa, o fausto a noção do difícil, o omisso a deixar pra depois, dois o melhor atalho para ir e vir, servir escolher o jeito de ser provido, prever a errar menos, menosprezo a se arrepender mais tarde, o covarde a viver em segurança, a bonança a lembrar os tempos bicudos,  a bicuda a extrair o bicho de pé, a pesada a medir a massa do néscio, a necessidade a ser precavido, a novidade a desconfiar, o desconforto a sentar, o sentimento a perdoar, o perdedor a não competir, o competente a compartilhar, o comparsa a dedurar, a dedução a raciocinar, o racionado a poupar, o polpudo a se lambuzar, a lambança a ficar esperto, o aperto a sofrer calado, o calado a profundidade, a idade a não ir com muita sede ao pote, o potencial o caminho das pedras, o pedreiro a demolir e construir, o constrangido a reagir, o regente a organizar, a organogenesia a formar, a forma a moldar, a moldura a enquadrar, o quadrúpede a pegar peso, o preso o bom comportamento, as comportas a manter o volume, o volátil a desmanchar, a desmama a pastar, a pasta a arquivar, o esquivo a arriscar, o arisco a afastar, a afasia a silenciar, a silepse a adequar, a decoada a depurar, o deputado a disputar, o deputar a confiar, o confidente a segredar, a segregaçao a comungar, o comuna a dividir, a dívida a questionar, o questionário a responder, o responsável a confiar, o confete a celebrar, o cerebelo a se mover, o semovente a se mudar, o mudo a se comunicar, o comutador a desligar, o deslinde a aclarar, o aclaustar a refletir, o refletor a iluminar, a liminar a revogação, a revoada a migração, a miscigenação a socializar, a sociabilização a amarrar os laços, a liça a luta, o lutário o banho, a banha a fritar, o frisar o destaque, o desfalque a se precaver, o precatório a receber, o recibo a comprovar a quitação. Impossível é aprender.          

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Crônica da Semana

Eu amo a campina verde e as flores silvestres, o silvícola e seu cachimbo da paz, pazear as contendas entre os animais, a animação da fauna no cio, o navio atracando no cais, os corais no coreto cantando aleluia, o tapuia na terra cantando vitória, a glória da guerra vencida com mérito, o féretro do herói envolto à bandeira, a peneira escolhendo a semente, a serpente encantando a caça, a praça tomada por gente querendo, querência lembrada nas rimas do verso, reverter resultado adverso, advertir ao desacautelado, desencastelar o inadequado, inabilitar a infelicidade, felicitar os dados positivos, positivar os números restritivos, restrugir os atos de bravura, esbravejar os gestos insensatos, incentivar os gostos apurados, apurar todos os votos válidos, avaliar todas as pendências, pendurar as chuteiras ao final do jogo, jogatar o jugo do atrabiliário, o relicário dos remanescentes, a nascente de águas milagrosas, as garbosas danças de salão, o balão desafiando o céu, o véu ataviando a noiva, a nova reciclando os fatos, os fatores alterando o resultado, o resultante com saldo favorável, o favorito com lugar no pódio, o nó górdio sendo desatado, o desacatado tendo reparação, a repartição de portas abertas, a albertina de portas fechadas, o feixe que verga e não quebra, o quebrantamento da intolerância, o tolejar das genialidades, as generalidades da contextuação, o contexto da consumação, o consumidor conjuminando seu direito, as diretrizes digerindo as incongruências, as inconjugáveis paixões desmedidas, as feridas cicatrizadas de dores antigas, as cantigas de ninar adultos, os dutos que levam água ao deserto, a dissertação de fatos infaustos, o infactível como obra de arte, o artefato como meio de locomoção, louca emoção como puro prazer, prazo elástico para pagar a conta, ser contra quem é sempre a favor, o fervor por limite da crença, a imensa planície de águas correntes, as correntes quebradas e a liberdade liberta, o libertário livre para fazer, o querer pelo simples dever de querer, esquecer o que não convém lembrar, chorar mas chorar de alegria, a alegoria das festas de rua, a lua acobertando o beijo roubado, o arribado fugindo do frio, o rio apressado descendo o lajeiro, o ligeiro lobinho desafiando a noite, o açoite do vento espantando o nevoeiro, o moveleiro modelando o poste e até a morte, enquanto não quiser saber de mim.                        

domingo, 24 de julho de 2011

Crônica da Semana

Não dá pra contar as voltas que o mundo dá, os dados duvidosos, as dívidas não quitadas, os critérios desprezados, o despreço da virtude, a virtuosidade do gênio, a genealogia do mal, o malabarismo do mala, a malaca da pele, a peleia pelo poder, o podar para crescer, o crés para esquecer, o créscimo para esquentar, o esquento para desinibir, o ganir dos cães famintos, o flamular das bandeiras de guerra, o guerrear das idéias perversas, o perver dos olhos acesos, o acesso aos arquivos secretos, os secretores ocultos no corpo, os copos vazios na mesa, as presas afiadas da crítica, o critério viciado de escolha, a encolha ante o pavor, o clamor das dores de dente, o denso calor do verão, a versão sertaneja do hino à bandeira, as rasteiras acertadas, as cacetadas defendidas, as defenestrações da frente, os confrontos abortados, as bordas atingidas, a tingidura descamada, o descaminho descambado, o câmbio aviltado, o alvitre contradito, o dito pelo não dito, o grito calado no ar, o arquivo deletado, o deleite interrompido, o interruptor trocado, o troçante destroncado, o destronado reconduzido, o recôndito revelado, o revel absolvido, o absorvido desperto, o esperto boquiaberto, o incerto endividado, as dúvidas exageradas, a exagitação incontida, a contagem regressiva, o regrante degenerado, o degelo degenerativo, a digestão desregulada, a desrazão desenfreada, o freio de mão puxado, o puxa-saco desatento, a atenuante discutível, o discurso repetitivo, a repetência contumaz, contumélia irrefletida, os refletores apagados, o pagamento atrasado, o aprazado infringido, o infriável moído, o removido reposto, o posto preenchido, a preempção revogada, a revoada de amigos, o castigo chegando a cavalo, o calo apertando o pé, a fé desfazendo o medo, o medíocre ensinando ao sábio, o sabão deplorando as cores, as flores inspirando o vate, o vatapá esquentando o rango, os rangidos da porta fechando, o fecho da calça se abrindo, o brinde à vitória de Pirro, o espirro à saúde de ferro, o feérico brilho dos vagalumes, o volume volátil da voz, os nós desatados da corda, os acordes vibrantes da banda, o bando uniforme de bobos, os lobos uivando na tela, as celas cheias de inocentes, os doentes cheios de esperança, a espera por boas notícias,o notável descendo do pódio, o pódice exposto à versão. Se não dá pra contar conta sem dar.           

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Crônica da Semana

A fome é o melhor tempero, o cheiro o melhor alarme, o charme a chave mestra, a festa o ponto de encontro, o desconto a diferença, a crença o analgésico, o sincrético a religião, a legião a melhor companhia, a compadria a maior proteção, a pretensão o projeto de vida, a videira a sombra da paz, passiva a voz do futuro, futilidade o fato notório, oratório a razão da fé, ré para chegar ao ponto, pontualidade para pagar a conta, continuidade para atingir a ponta, pontualidade para pontuar, ponderação para equilibrar, equilíbrio para não cair da corda bamba, samba para cair na gandaia, vaia para desopilar o fígado, fidalguia para mostrar generosidade, genialidade para provar talento, talante para fazer justiça, justaposição para gerar um palavrão, palavreado para encompridar o discurso, decurso para dilatar o prazo, preço para derrubar o custo, costas quentes para subir sem risco, confisco para evitar o descaminho, descamar para depois fritar, fretar para reduzir o peso, pesar para consolar a vítima, vitimizar para escapar da culpa, copular para perpetuar a raça, roça para semear o pasto, poste para estender a luz, cruz para explicar o martírio, delírio para justificar o equívoco, equivalente para não ter prejuízo, juizo para não cair em tentação, tentáculos para alcançar a glória, glosa para não perder o raciocínio, rícino para não faltar o laxante, laxo para não espanar a rosca, risca para limitar o espaço, espesso para assegurar a opacidade, opado para deitar e rolar, rolamento para reduzir o atrito, aflito para expressar o sofrimento, suprimento para prevenir a fome, fama para atrair a trama, tremor para chacoalhar a terra, o terror para reeleger o presidente,  presente para agradar o passante, possante para passar cima, cimba para navegar em águas mansas, mansueto para encarar a solidão, solidez para sustentar a opinião, ópio para submeter as opiniões, opimo para fartar a todos os apetites, apetrechado para atravessar o deserto, dissertar para se fazer entendido, entediar para intensificar a saudade, saúde para dar lucro ao plano, pleno para não sentir falta, falsa para ocultar a identidade, idêntico para não restar a menor dúvida, dívidas para sacramentar o crédito, crédulo para fugir do debate, debacle para chacoalhar as finanças, fiança para garantir a conta, em conta para vender à vista, revista para confirmar ou desentender de vez.                                       

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Crônica da Semana

A lei foi feita pra todos, o lodo para o limbo, o cachimbo para a fumaça, a graça para o riso, o piso para o salário, o glossário para o livro, o livre pra voar, o voal pra decorar, o decoro para usar, o usuário pra pagar, o pagão para pecar, o pequeno pra crescer, o créscimo pra reciclar, o recidivo para fecundar, o facundo pra cortejar, o cortejo pra seguir, o seguinte para ocupar, o culpado pra reparar, o reparo pra consertar, o concerto para cantar, o canto para esconder, o escombro para remover, o remoto para mover, o imóvel para morar, o moral para impor, o imposto para quitar, o kit para guardar, a guarda para proteger, o proteico para sustentar, o sustentável para conviver, o convite para a festa, o festim para assustar, o sustenido para alegrar, a alegação para justificar, a justaposição para aumentar, o aumento para agradar, a grade para resguardar, o resgate para libertar, o líbero para defender, a deferência para agradecer, o agrado para satisfazer, o sativo para frutificar, o fruticuloso para segurar, o seguro pra morrer de velho, o velejo para navegar, a naveta para incensar, o incendido para clarear, o clarete para colorir, a clorofila para sintetizar, a sintaxe para conjugar, o conjunto para fortalecer, a fortaleza para tutelar, o tutano para encarar, o encarapitado para vigiar, o vigente para validar, a valia para avaliar, o vale para adiantar, o adiamento para retardar, a tarde para anoitecer, a nota para esclarecer, a clareira para preencher, a preensão para subestimar, a estimativa para ver se dá, o dardejar para intimidar, a intimidade pra compartilhar, o compartimento para separar, a separata para continuar, o contínuo para entregar, o entregosto para mastigar, o mástique para pavimentar, o pavio para acender, ascender para mandar, mudar para se sentir melhor, melar para recomeçar o jogo, jogalhar para não fazer força, a forca para pagar a pena, as penas para emplumar, o plugue para ligar, o ligal pra não molhar, o molhe pra quebra-mar, o mará para impelir, o compelir para reter, o retesar para conter, o contar para saber, o sabiá para trilar, o trilho pra percorrer, a percussão para atingir, o tingir pra renovar, o inovar para acontecer, o acontiado para vir a ser, a sereia para encantar, o encantoado pra reagir, o ressurgir para brilhar, o pilar para subir, o súbito para flagrar, o flagelo para se livrar de todos os pecados. E tá falado!                  

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Crônica da Semana

Deus proverá o mar de peixes e algas, as águas doces de proteção contra o homem, homologação aos atos legítimos, a legitimização das leis naturais, a naturalização do estrangeiro, de estrangulação todas as dores, de flores as campinas, de campeões os estádios, de estadulho o desarmado, de armazém a colheita, de colete ao ameaçado, de soldados o quartel, de mel o insosso, de osso os cães, de pães a mesa, de defesa os oprimidos, de comprimido a dor de cabeça, de cabeçalho o arrazoado, de razão o desajuizado, de juiz o indiciado, de indicados as vagas, de vagalumes a escuridão, de solidão o poeta, de profetas as fatalidades, de saudade os corações apaixonados, de paixão os amores impossíveis, de impassibilidade as violentas emoções, de comoção as tragédias, de comédias as asperezas da vida, de comida a mesa, de certeza a perplexidade, de precocidade o conhecimento, de convencimento o incrédulo, de crédito o devedor, de devoção o santo padroeiro, de padrinho o pagão, de pagador a dívida, de divisão o bolo, de bolor a maldade, de beldades a passarela, de passaredo o amanhecer, de amanhação o solo infértil, de fertilidade o útero estéril, de estereotipagem as diferenças, de diferimento os pleitos, de conceito as narrativas, de assertiva a conclusão, de concludência o argumento, de argúcia a arguição, de solução a contenda, de contenção os excessos, de exceção o inútil, de utilidade o inservível, de inserções o vazio, de vazão a represa, de represália a insubordinação, de insubsistência o impreciso, de precisão o faustoso, de faltas o imaculado, de macumba a encruzilhada, de cruzetas o brasão, de brasas a fogueira, de foguete a cerimônia, de seriguela o refresco, de refrigério a aflição, de afeição o desdenhado, de desdita o presunçoso, de presúria o vencedor, de vincilho o feixe de lenha, de linha o carretel, de carrossel os parques da cidade, de cidadania o miserável, de miseração o implacável, de aplacação o perdulário, de perduração o prazer, de prazo a eternidade, de eterização as dores, de cores o entardecer, de tardeza a má notícia, de malícia o inocente, de nocente o caminho do néscio, de necessidade a prova, de proveito o resultado, de calado a embarcação, de pirão o prato vazio, de brio o herói decaído, de cadência o ritmo da vida. De fé em Deus, Deus não proverá.                                   

domingo, 19 de junho de 2011

Crônica da Semana

Eu quero ser o primeiro a ver o sol sair, sair por aí pelas portas abertas, abrir um sorriso às caras fechadas, desfechar um abraço aos braços cruzados, descruzar os dedos passado o azar, assar a carne na hora da fome, fomentar a paz em tempos de medo, meditar sobre os pecados cometidos, comentar acontecidos memoráveis, comemorar sucessos sucedidos, suceder experiências eficazes, efetivar virtudes provisórias, provisionar atitudes despojadas, desposar com as desambições mais visíveis, visitar o ancião no asilo, exilar-me das pretensões mais cruéis, cruentar com indiferença a desesperança, esperar sem temor o imprevisível, previver um amanhã cheio de graça, gracejar a todas as dificuldades, dificultar a perversidade, perverter as ordens adversas, advertir ações precipitadas, precisar a hora do encontro, desencontrar o desprazer, precaver os acidentes, desdentar todas as feras, feriar nos dias úteis, utilizar o atalho, atalhar os dissabores, dissolver o desamor, desarmar o inimigo, inimitar o disforme, uniformizar as primazias, primar pela perfeição, perfazer todo o percurso, prescrever as proibições, probalizar as possibilidades, possibilitar o impossível, importunar o impostor, exportar os impostos, impostar a voz, vocabularizar o termo, terminar a discussão, discursar na formatura, formatar a formação, informar o resultado, resumir o arrazoado, arrasar o arrivista, revisitar o então, entoar velhos bordões, bordar o nome na borda, abordar a rebordosa, reborar a decisão, dizimar as dissensões, disseminar a palavra, apalavrar o contrato, contradizer o maldito, amaldiçoar a praga, pregar o novo preço, apressar as providências, improvisar as condolências, condir a beberagem, reverberar o impropério, prosperar na probidade, proibir as veleidades, velejar de vento em popa, poupar um prato de sopa, sopear o supressivo, suprir o aditamento, editar o suplemento, suplantar a plantação, plantear a construção, constringir o adverso, advertir o desatento, desaterrar o monte, montar em cavalo manso, amassar lata vazia, vazar o amargor da mágoa, magoar a presunção, presumir a traição, atrair as atrações, atracar em porto seguro, assegurar o melhor resultado, resumir a ópera,operar o milagre da multiplicação dos peixes, enfeixar a lenha para a fogueira e queimar no fogo ardente da paixão. Eu não sei o que quero.                      

terça-feira, 14 de junho de 2011

Crônica da Semana

No dia que deu tudo certo coberto estive de razão, a mão amiga me livrou do incerto, o perto reduziu ao máximo sua distância, a infância floriu minha terceira idade, a cidade se abriu pra minha passagem, a paisagem coloriu-se com o meu sorriso, o paraíso me convidou para entrar, um manjar ganhou a minha mesa, a mezinha curou meu enfado, o passado escondeu as cores cinzas, o cinzel esculpiu meu busto na praça, a taça ergueu-se em brinde à minha vitória, a história escreveu minhas aventuras, a desventura dobrou a esquina ao me ver, o veraneio decidiu durar o ano inteiro, o canteiro desmanchou-se em flores, as dores cederam ao prazer, o prazo da dívida foi dilatado, o deleite durou toda a vida, as feridas foram cicatrizadas, a escada fechou-se para isolar a fatalidade, a felicidade logo cedo bateu à minha porta, o portador trouxe uma boa notícia, a polícia desvendou um crime, o clima desencobriu o sol, o arrebol arrebatou o amanhecer, o amanhã desabrochou livre, o livro ensinou maravilhas, maravalhas acesas incandesceram a noite, o açoite do vento trouxe o perfume do mato, na matinê passou um seriado, o feriado veio no aumentativo, o aumento foi maior que a inflação, as infrações foram anistiadas, o anestésico espancou a gripe, a grife marcou meu estilo, tranquilo enfrentei os credores, pendores não me faltaram, faltas foram todas elas abonadas, abanadas as asas em geral, generalizadas as amenidades, ameninadas as caduquices, quadruplicadas as virtudes, desvirtuadas as desvantagens, desvendados os mistérios, critérios alterados, adulterados os dissabores, dissuadidas as maldades, veleidades estimuladas, estimados todos os saldos, saudado por meus inimigos, castigos sumariamente abolidos, reunidos celebramos a paz, pacientes suportamos o peso, pesaroso lamentei a perda, perdoado retornei à planície, planificado voltei a acertar, aceito tornei a interagir, inteirado peguei o atalho, atalhado dei a volta por cima, de cima desci para não espezinhar, espesso afinei para transparecer, transcorrido o caminho caminhei tudo de novo, novato aprendi as primeiras lições, licencioso mudei para envelhecer sem rugas. No dia que tudo deu certo eu perdi a hora.                            

terça-feira, 7 de junho de 2011

Ex-deputado ameaça agir com violência contra indígenas

Íntegra do discurso proeferido hoje (07/06) na Assembléia Legislativa.

sábado, 4 de junho de 2011

Crônica da Semana

Não adianta chorar sobre o leite derramado, derregar terras degradadas, agradar inimigos figadais, fisgar peixe fora d’água, aguar canteiro encharcado, chocar o ovo decomposto, compor o lado mais fraco, fraquear na hora da chegada, chegar no final de festa, festejar antes do fim do jogo, jogar sem cartas marcadas, marcar hora e não comparecer, compadecer-se e não conseguir salvar a vida, envidar esforços inúteis, utilizar expedientes fúteis, fustigar a fera com vara curta, cortar o bolo com faca cega, cegar aquele que enxerga mais longe que você, vociferar quando deveria fechar a boca, abocanhar sem estar com fome, fomentar sem ter fermento, formatar sem ter padrão, patrocinar sem ter cacife, cacicar sem ter cocar, coçar velha cicatriz, acicatar sem estribo, estribilhar sem ter o verso, versar sem original, originar o desafeto, desinfetar o saneado, semear em terra seca, secar a fonte contínua, continuar insistindo, assistir sem bater palmas, palmilhar sem rumo certo, acertar o firmamento, afirmar a incerteza, insertar o inservível, isentar o infrator, inflacionar o mercado, mercantilizar o medo, mediar o mando, mandriar a missão, mixar o silêncio, miscigenar o branco, bancar o pobre, pobrar o deserto, desesperar o atormentado, atordoar o aturdido, aturvar o hermético, heresiar ao descrente, descrever o nada, nadar na praia, espraiar o ódio, adiar a hora, orar calado, colar o vidro, vidrar no vídeo, olvidar o passado, passar batido, bater o morto, mortificar o mártir, martelar o dedo, dedurar o delator, deletar a lixeira, lixar a                   lima, limitar o lume, iluminar a clareira, aclarar o verde, verdascar o insensível, incensar o insensato, inserir o inseparável, superar o sucedâneo, suceder o insucesso, insuflar o inflamável, influir no resultado, resumir o descabido, descambar para o perigo, perifrasear o arrazoado, arrasar o raso, rasgar o verbo, verbalizar a derrota, derrocar a ruína, arruinar a doença, condoer o condizente, condimentar o tempero, tempestear o temporal, temporalizar o transitório, transistorizar o amplificador, ampliar a imensidade, imergir na solidão, solidificar o denso, adentar o banguela, abengalar a muleta, molestar o indolente, idolatrar os deuses. Só adiante adianta.   

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Crônica da Semana

Quando Deus quer água fria e remédio, tédio é sentimento de felicidade, idade avançada é  eterna jovialidade, a verdade é congênita, o congelante é aquecedor, o calor é hipotérmico, o hipotético é conclusivo, o exclusivo inclui, influi a desimportância, importa a porta entreaberta, entreato rouba a cena, aceno é só um sinal, sina é mais que destino, desatino é equilíbrio, equilátero não tem lado, ladainha não é reza, fresa não é ferramenta, pimenta não é picante, pecante tem salvação, salivação não umedece, emudece o falastrão, falatório é discurso, decurso não decorre, porre não enfastia, fatia sacia a fome, fama não faz fortuna, fortuito não improvisa, o impróvido faz economia, o economizador esbanja, a canja serve-se fria, o frígido amolece, padece o afortunado, fortunas se pulverizam, se improvisa o arrazoado, razia-se o inexpugnável, o inexplicável justifica-se, a injustiça se ajusta, o ajutório não soma, o somático não conta, o contato não sente, o sentimento não sintoniza, os sintomas não batem, o batente não encaixa, a caixa não enquadra, o quadrado tem cinco lados, a             lauda não tem margem, a imagem não reflete, o frete não paga a carga, o cargo não pega o salário, o sal não salva o tempero, a têmpera não enrijece o aço, o traço não faz reta, a meta não é atingida, a ferida não cicatriza, a divisa não separa, o superado supera, a fera não fere, o foro não fecha, o feixe verga e quebra, a cabra perde a cria, a criada se liberta, a coberta não cobre, a cobra não pica, a tiririca frutifica, a frútice dá sombra, assombração não assusta, assunto não falta, afasta os cobradores, cobre as injustiças, injúria não ofende, pende o mais forte, suporte não sustenta, sustenido desafina, desafios não fascinam, fachinas não higienizam, hígido não sobrevive, sobrevalorização não encarece, carecente não implora, implosão não arruina, ruína não reune, reuna acerta o dono, donativo não compensa, compressa não pressiona, impressão não deixa marca, barca furada não afunda, afunado abre um sorriso, sorrelfa não dissimula, mula não é burra, birra não contraria, confraria não ajunta, a junta não decide, o dissídio não define, o refino não apura e quando  o pirão é  pouco, o senhor Deus tem tudo a ver.  

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Crônica da Semana

A alegria vem das tripas, a tropa vem dos trópicos, os tópicos são atípicos, o tipo vem da marca, a marcação faz o caminho, o cominho faz o molho, o molho vem das chaves, o chavão vem do xaveco, o chauvinista molha a chuva, o chuveiro vem do frio, o frisante vem da vinha, a vingança vem do fraco, a fração faz o inteiro, o inteirado acha que sabe, o sabão não lava língua, a íngua não mata a dor, a dó vem da compaixão, com paixão se faz o amor, a mordaça amortece o fato, a foto retrata o fruto, o fortuito faz a fortuna, o infortúnio vem  do pranto, o preito da gratidão, o gratuito da grandeza, o grandevo da vivência, a vigência do consenso, o consentimento do prazer, o prazo da tolerância, as tolérias fazem o néscio, a necessidade faz o herói, o herodes faz a vítima, o vital fecha o ciclo, o círculo abre a roda, a roldana reduz o peso, o piso conduz o passo, o poço reproduz o espaço, o espesso produz o ralo, o rolo rola o relho, o reles religa o relê, o relógio desliga a hora, a mora gera o juro, a jura jorra o perdão, a perdição prediz o mal, a malacia rejeita a melancia, a melancolia mela o mel, a melalgia amolece os miolos, os piolhos conhecem a cabeça, a cabaça cobiça o cubículo, o fascículo facilita a facção, a fração decompõe o resultado, o revoltado volta ao seu estado, o estadista é maior que o seu estado, o estádio é menor que a torcida, a torcedura dói tanto quanto o torcicolo, a tiracolo a verdade não se deixa mentir, o mentecapto capta o capítulo, o capitólio capitula ao crápula, a cápsula desenvolve o conteúdo, o manteúdo envolve o mantenedor, o mântico absorve a mística, do misto vem o puro, do furo vem o ferido, do feriado a farinha, da varinha a mágica, da magenta as cores, dos andores os santos, dos tantos os valores, dos pendores os pendões, dos padrões a semelhança, do semear a fartura, da fatura os fatores, dos infratores o fatal, do sinal o senão, do cenário o cenáculo, do cenagal a terra firme, do firmamento o amanhecer, do amanho o fruto, do luto a luta, da lata o azeite, do leite a lactose, da dose a dica, do dicaz o veneno, do sereno o banho de lua, da rua o rumor, do rumo o remo, do ramo a rima, da ruma o rebanho, do banho a alma sem suor.                                    

terça-feira, 17 de maio de 2011

Crônica da Semana

As ruas amanheceram todas congestionadas, a estrada está sinalizada por cruzes no lugar das placas, as vacas  gordas foram esterilizadas, os estereótipos estão sendo repicados, o repique do sino é um mau agouro, o ouro de tolo tem cotação, a razão torna-se inaceitável, o razoável irrelevante, o levante dominado, o domínio contestado, o contexto abominado, o abono recusado, o rotundo laborado, o liberal reprimido, a reprise proibida, o proibidão repetido, o repetente jubilado, os júbilos serenados, o sereno enregelado, a gelada inevitável, a inevidência evidente, o vidente aposentado, os aposentos lotados, os lotes apropriados, os impróprios permitidos, o permissivo controlado, a controvérsia pactuada, a patacoada acreditada, o crédito com restrição, o restrugir evitado, o eviterno alcançado, o cansado retemperado, o tempero fermentado, o fomento arrefecido, o refém sem referência, o referendo empatado, a empatia forçada, a força desacelerada, o celerado acelerado, o celeiro esvaziado, os vazios preenchidos, o premido premiado, a premonição equivocada, a equivalência falsa, a farsa aplaudida, o plausível descartado, o encarte em separado, o superado suplantando, o suplente assumindo, o assuntivo assumido, a assurgente dobrado, a dobradiça emperrada, a esquadra abatida, a batida infrutífera, a fruta travando, o travessão atrapalhando, o trapalhão bem comportado, o computado irregular, o régulo regulado, a regularidade irritante, o irrito convalidado, o dado desprezível, o risível apodado, o pedido recusado, o recluso liberto, o libertino convertido, o conversável convencido, o perdido reencontrado, o recontro adiado, o adido odiado, o dia da caça, a massa amansada, a manada munida, a munição molhada, a almofada de pedras, as perdas desdenhadas, vexadas ressarcidas, ressacas ressabiadas, ressaibo superado, superhomem acidentado, incidente previsível, provisões imprevistas, improvisações pensadas, apressadas decisões, dissimulações frustrantes, confortantes dilações, delações premiadas, premonições precárias, preclaras distinções, intenções não muito claras, cara de poucos amigos, abrigos nada seguros, muros fortificados. Sou muito mais amanhã.                           

domingo, 15 de maio de 2011

Crônica da Semana

MAUS DITOS

A alegria vem das tripas, atropa vem dos trópicos, os tópicos são atípicos, o tipo vem da marca, a marcação faz o caminho, o cominho faz o molho, o molho vem das chaves, o chavão vem do xaveco, o chauvinista molha a chuva, o chuveiro vem do frio, o frisante vem da vinha, a vingança vem do fraco, o frasco traz o cheiro, o inteiro interage, o inteirado acha que sabe, o sabão não lava a língua, a íngua não mata a dor, a dó vem da compaixão, com paixão se faz  amor, a mordaça amorte o fato, a foto retrata o fruto, o fortuito faz a fortuna, o infortúnio vem do pranto, o preito da gratidão, o gratuito da grandeza, o grandevo da vivência, a vigência do consenso, o consentimento do prazer, o prazo da tlerância, as tolérias fazem o néscio, a necessidade faz o herói, o herodes faz a vítima, o vital fecha o ciclo, o círculo abre a roda, a roldana reduz o peso, o piso conduz o passo, o poço reproduz o espaço, o espesso produz o ralo, o rolo rola o relho, o reles religa o relê, o relógio desliga a hora, a mora gera o juro, a jura jorra o perdão, a perdição prediz o mal, a malacia rejeita a melancia, a melancolia mela o mel, a melalgia amolece os miolos, os piolhos conhecem as cabeças, a cabaça cobiça o cubículo, o fascículo facilita a facção, a fração decompõe o resultado, o revoltado volta ao seu estado, o estadista é maior que o seu estado, o estádio é menor que a torcida, a torcedura dói quanto o torcicolo, a tiracolo a verdade não se deixa mentir, o mentecapto capta o capítulo, o capitólio capitula ao crápula, a capsula desenvolve o conteúdo, o manteúdo envolve o mantenedor, o mântico absorve a mística, do misto vem o puro, do furo vem o ferido, do feriado a farinha, a varinha a mágica, da magenta as outras cores, dos andores todos os santos, dos tantos os valores, dos pendores os pendões, dos padrões a semelhança, do semear a fartura, da fatura os fatores, dos infratores o fatal, do sinal o senão, do cenário o cenáculo, do cenagal a terra firme, do firmamento o amanhecer, do amanho o fruto, do luto a luta, da lata o azeite, do leite a lactose, da dose a dica, do dicaz o veneno, do sereno o banho de lua, da rua o rumor, do rumo o remo, do ramo a rima, da ruma o rebanho, do banho a alma sem suor.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Edição completa do programa de segunda, dia 18

Destaques: desarmamento civil e ICMS para compras pela internet.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Crônica da Semana

MINI

O mundo está cada vez menor, o sol a cada dia fica mais perto, o certo é ainda muito duvidoso, o dadivoso inteiramente questionável, o renovável completamente sem conserto, o concerto lamentavelmente desafinado, o desatinado com assento no governo, o desgoverno presente em todas as tragédias, as comédias ausentes em todos os sorrisos, os incisos anulando todos os artigos, os antigos censurando os usuais comportamentos, o capotamento liderando todos os acidentes, o ocidente à frente de todas as guerras, a terra machucada pelo efeito estufa, a trufa ameaçada pelo pesticida, a pestilência avassalando as folhas, as falhas perfilando as falas, as filas fervilhando o frevo, o frívolo festejando o frio, o freio travando na curva, a curva da bola enganando o goleiro, o canteiro de obras ardendo em chamas, o chamado à paz por conveniência mouco, o louco de pedra aparentemente lúcido, o luzeiro da fé mementaneamente apagado, o explicado invariavelmente inteligível, o dirigível abruptamente desviado, o desavindo vez por outra de acordo, a corda arrebentando sempre no mesmo lado, ao acordado lugar comum um cochilo, ao quilo um grama a menos em cada peso, ao indefeso uma porta fechada para protegê-lo, ao gelo um grau a menos para tê-lo sólido, ao bólido uma cauda colorida para enfeitar o espaço, ao espesso ligeiro polimento para tê-lo leve, ao breve um dedo de prosa para fezê-lo discurso, ao decurso um minuto a mais até a eternidade, a interinidade atingindo o definitivo, o definido definhando-se em hesitações, os êxitos ameaçando a ética e a verdade, o verde interagindo com os restos e a ferrugem, a nuvem despejando até a última gota, a goteira pingando até a inundação, a mutação embelezando o feio, o recheio azedando a massa, a caça predando o caçador. A terra é um satélite da lua.  

Que tipo de arma ter em casa?

Esta pergunta pode ser a resposta ao relato do deputado Márcio Monteiro (PSDB) 


quinta-feira, 14 de abril de 2011

Edição completa do programa de 5a. dia 14

Destaques: violência nas escolas e a saúde da Santa Casa. Entrevistas com os deputados Lauro Davi (PSB) e Mara Caseiro (PTdoB). Discursos dos deputados prof. Rinaldo (PSDB) e Pedro Kemp (PT).

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Edição completa do programa de 4a. dia 13

Destaque: invasões de terra no inteiror de São Paulo e a reforma agrária no Brasil.

terça-feira, 12 de abril de 2011

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Crônica da Semana

RÉQUIEM

Eu perdi a última rodada, a estrada de repente parece ter chegado ao fim, por mim não passam sequer as menores decisões, às missões mesmo as menos relevantes meu nome não é indicado, meu lado da rua é o menos habitado, meu estado de saúde é o que exige mais cuidado, meu passado recente é o mais lamentável, instável é o clima de minha temperatura, loucura tem sido os negócios que faço, palhaço é do que me chamam quem me assiste, tristes são os meus mais alegres momentos, o fermento do meu pão é pouco, o porco do meu chiqueiro é magro, o cargo que consegui é subalterno, o terno é pequeno demais pro meu tamanho, meu banho é sem sabonete, a cotonete é reutilizada, minha fada veio de vassoura, minha tesoura não corta nem fura, minha amargura fura e corta, as portas se fecham à minha frente, a enchente levou minha casa, minha causa perdeu a razão, a ração está com prazo de validade vencido, meu vencimento acaba de ser bloqueado, meu bloco impedido de sair no próximo Carnaval, meu jornal sem o caderno B, meu BO sem o visto do escrivão, minha oração com Deus fora do lugar, meu lugar ocupado por meu mais fraco concorrente, minha semente semeada em solo estéril, os critérios mudados para me prejudicar, meu pomar irrigado pela chuva ácida, meu ácido úrico extrapolando a taxa, meu caixa  automático desativado, meus desatinos  ressaltados, meus sobressaltos ignorados, assolados meus palpites, palpitantes as necessidades mais prementes, proeminentes as dívidas impagáveis, questionáveis as quitações antigas, ambíguas as explicações recentes, coerente somente na assunção da culpa, desculpa nem pensar, dispensável só o direito de reclamar, chorar somente a dor alheia, alheado do que mais interessa, pressa só depois que acabar a corrida. Afinal, você acredita em vida depois da morte?             

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O massacre do Rio e o desarmamento civil

Comentário feito no programa desta sexta-feira sobre a chacina de crianças no Rio de Janeiro.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Edição completa do programa de 5a. dia 7

Destaque: tarifaço da Enersul com entrevista exclusiva do deputado Marquinhos Trad.


segunda-feira, 4 de abril de 2011

Edção completa do programa de 4 de abril (2a.feira)

Destaque: comentário do caso da mulher que enfrentou os assaltantes em CG.

domingo, 3 de abril de 2011

Crônica da Semana

PRETÉRITO
 
Eu sou do tempo em que se amarrava cachorro com linguiça,  a preguiça o oitavo pecado capital, o capital  fruto exclusivo do trabalho, o alho a arma mais eficaz contra o vampiro, o tiro não saia pela culatra, a prata não era feita em casa, a asa servia apenas para voar, a voação não deixava a gente entender, o querer fazia a gente poder, o fuzuê apenas uma grande festa, a floresta uma mata fechada, a fachada um excelente chamariz, o nariz servia somente para respirar ar puro, o seguro morria de velho, o espelho refletia apenas a imagem, a viagem era ida e volta, as portas todas se abriam, sorriam todas as platéias, as coméias eram puro mel, o papel mera formalidade, a vaidade estritamente ocasional, a ocasião fazia o ladrão, o canhão decidia a guerra, a guelra a respiração do peixe, peixada só cozida e ensopada, parada somente nas manhãs de feriado, o ferido tinha vaga no hospital, o mal era cortado pela raiz, a matriz era também a filial, o filiado indicava o dirigente, o da frente da fila chegava primeiro, janeiro era o primeiro mês do ano, o anel valia tanto quanto o diploma, o aroma exalava uma fragrância perfumada, a manada não passava de bois e vacas, a faca cortava tanto quanto a fé, aférese não passava da supressão do fonema no início da palavra, palavrão ia além de um desabafo, desabar mais do que cair com um simples tropeção, tropear era apenas fazer barulho, entulho resto de construção, construtivo apenas o benfeitor, benfeitoria só a que valorizava, valoroso somente o ato de heroísmo, erotismo nada mais que o nu artístico, arteiro o menino sadio, sádico exclusivamente no cinema, dilema uma situação embaraçosa, baraço uma corda para enforcados, forcado apenas o homem que pegava touro a unha, cunha muito mais que um simples calço, falso o mesmo que  traidor. Quer saber de uma coisa?  Eu prefiro continuar naquele tempo.               

quinta-feira, 31 de março de 2011

Ediçao completa desta quinta, 31 de março

Destaque: comentário sobre os 47 anos do golpe militar de 64.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Edição completa do programa de hoje (30.03)

Destaque: assinatura do TAC para realização de shows na Expogrande deste ano.

sábado, 26 de março de 2011

Crônica da Semana

TRIVIAL


Eu não sei qual o melhor caminho para o destino, o fino, o largo ou o grosso, o pescoço, a cabeça, a unha ou o dente, à frente, à esquerda, à direita ou o nada, a escada, o escudo, o escapulário ou a escapatória, a precatória, o preto, o pretor ou o precavido, o marido, o amante, o amador ou a ameaça, a praça, o preço, o apreço ou a pressão, a repressão, o repulsivo, a precaução ou a missa do sétimo dia, a mania, a manilha, a maminha ou a salada de frutas, a biruta, a batuta, a barata ou o discurso do Barack Obama, a grama, o grama, o gamão ou o sangue na Líbia, a fibra, a libra, a lábia ou o exame de urina, a buzina, o busão, o abusão ou o creme dental, o metal, o mental, a menta ou o culto do Edir Macedo, o segredo, o salgado, o salgueiro ou a amante argentina, a brilhantina, o brilhante, o turbante ou a casinha do cachorro, o morro, a marra, as amarras e o último sorriso da garota de programas, os proclamas, a proclamação, a preleção ou a fumaça branca do reator de Fukushima, a vacina, a vagina, a vagem ou o novo partido senhor prefeito, o conceito, o confeito, os trejeitos ou o vestido comprido da Hebe, a febre, a fibra, a fobia ou a prestação da casa própria, a propina, a propensão, a pretensão e a pensão vitalícia, a malícia, a milícia, o meretríssimo ou um discurso do Ari Rigo, o trigo, o figo, o fígado ou uma vaga no tribunal, o chacal, o checape, o tacape ou o burro do zé bonito, o cabrito, o cabral, o sarau ou uma gota d’água no Pantanal, o avental, o evento, o vento ou a Dilma tocando o violão da Shakira, a mira, o mirante, o aspirante ou um livro de memórias do Sarney, o delei, o dileto, o delator ou a lei da ficha limpa, as grimpas, os grampos, o grupo ou o último paredão do BBB, o CQC, o pânico, o penico ou a ausência do Lula no jantar dos presidentes, o delinquente, o absorvente, o inconsequente ou a mesma rotina da próxima segunda-feira.


A  página Sergio Cruz é publicada semanalmente na revista Boca do Povo.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Edição completa do programa de hoje (23-03)

Destaque: morte de Lúdio Coelho e entrevista inédita ao Sergio Cruz. Viamorena.com, 9.30 (hora de Brasilia).

sábado, 19 de março de 2011

Crônica da Semana

FÊNIX


O mundo ensina, a sina marca, a barca afunda, abunda a praga, a carga pesa, a reza cura, a censura fala, a bala fere, o feriado pára, a pira acende, pende o pendão, o cão ladra, a ladra leva, a leva traz, o cais desembarca, a faca corta, a porta fecha, a pecha gruda, a muda brota, a grota esconde, o bonde anda, a ciranda roda, a moda pega, a régua mede, pede o pobre, o nobre nega, cega a fé, a febre esfria, a cria mama, a chama arde, a tarde escurece, a messe é farta, a carta é repetida, a ferida cicatriza, a camisa sua, amua a mula, açula a massa, a moça casa, a casa cai, o haicai rima, a lima amola, a mola amortece, tece o tear, a tiara enfeita, a desfeita aborrece, a burrice contagia, maria vai com as outras, as ostras perolizam, harmonizam as cores, as flores dançam, cansam as canções, as sanções ratificam, retificam os resultados, o soldado solta, a volta revolta, a porta se abre, o sabre corta, a aorta sangra, singra o navio, o pavio acende, ascende a ambição, a maldição atenta, o atento escapa, a escarpa esculpe, o cuspe irriga, a intriga espalha, o espelho reflete, o repleto derrama, a grama alimenta, a pimenta tempera, a têmpera endurece, o enduro fatiga, a barriga ronca, a bronca enquadra, o quadro relembra, a tenda protege, o herege acredita, a vindita sacia, a súcia associa, a sósia assume, o assomo assusta, o assunto interessa, a pressa aperfeiçoa, a pessoa passa, a raça predomina, a mina desmoronou, pecou a mina, o katrina voltou, rodou outra ponte, a fonte secou, o soco feriu, a fera fugiu, o vazio está completo, o complexo esclarece, a esclerose enrijece, enriquece o saber, o sabor não tem gosto, agosto é fatal, a foto é retoque, o choque é inevitável, o inexcitável subsiste, o triste chora, cora o tímido, o temido treme, o creme compensa, a recompensa paga, a saga consagra, a sogra separa, o pária supera, o superior supre, o sopro apaga e a vida renasce.


SERGIO CRUZ


Publicação semanal da revista Boca do Povo, de Campo Grande.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Edição completa de programa de sexta (18-03)

Destaque: discurso do deputado Marquinhos Trad sobre o tarifaço da Enersul. Programa da viamorena.com, ao vivo de segunda à sexta às 9.30 (hora de Brasília).

quinta-feira, 17 de março de 2011

Edição completa do programa de hoje (17-03)

Destaque: novo projeto do Código Florestal, com discurso de deputado Aldo Rebelo (relator do projeto) e debate entre os deputados Zé Teixeira (DEM) e Pedro Kemp (PT).

terça-feira, 15 de março de 2011

Edição completa da 3a. 15 de março

Destaques do programa: governador André Puccinelli debate com deputados e a bancada federal a crise das enchentes em MS, em reunião ontem na Assomasul.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Edição completa da edição de 5a. 10 de março

Destaque: as ameaças do Artuzi de meter a boca no trombone, reforma eleitoral e as cheias e o estado de saco vazio. Veja e faça o seu comentário.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Edição completa de 5a.-feira, 3 de março

Destaques do programa de hoje: entrevistas com os deputados Junior Mochi (líder do governo) e Rinaldo Modesto (PSDB) sobre a reforma política e a confusão da convocação de suplentes.

terça-feira, 1 de março de 2011

Edição completa de 3a.-feira, 1° de março

Destaque deste programa: repercussão da morte da ex-deputada Celina Jallad.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Discurso de posse do prefeito Murilo Zauith

Discurso proferido ontem pelo prefeito Murilo Zauith depois de sua posse na Câmara Municipal de Dourados.

Edição completa de 5a.-feira, 24 de fevereiro

Destaque do programa: posse do prefeito Murilo Zauith em Dourados. Entrevista coletiva de Murilo e do governador André Puccinelli.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Edição completa de 4a.-feira, 23 de fevereiro

Principal enfoque deste programa: liberação pelo Estado da licença ambiental para a fábrica de fertilizantes da Pedtrobrás, a ser construida em Três Lagoas e reação dos deputados estaduais contra a medida da CEF que veda financiamentos a imóveis construidos em rua sem esgoto e pavimentação asfáltica.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Edição completa do programa de quinta, 17 de fevereiro

Destaque do programa: análise de entrevista coletiva do governador André Puccinelli.

Bate-boca do dia: Paulo Duarte x Carlos Marum

Debate entre os deputados Paulo Duarte (PT) e Carlos Marum (PMDB) na sessão de hoje de manhã na Assembléia Legislativa. Veja e comente:

E agora, quem vai defender o Lula?



Tenho lido neste espaço livre do Correio do Estado as mais diversificadas opiniões políticas, mas nenhuma tão brilhantemente apaixonada como a do advogado Osvaldo Barbosa de Almeida sobre a nulidade do governo Lula, no seu artigo “Quem não se comunica...!”, publicado na edição do último sábado. O articulista chega à fria constatação de que os oito anos de governo passado foram simplesmente um zero à esquerda, tese que, com números assustadores procura demonstrar para que não reste a menor dúvida sobre sua incontestável demonstração.
Não pretendo polemizar a exatidão desses dados tão precisos, até porque não quero engrossar o caldo ralo daqueles que, na hegemonia da verdade e do conhecimento humano, acreditam em mitos e carismas e creditam a popularidade do presidente Lula à pretensa estupidez do povo brasileiro. Não comungo dessa idéia preconceituosa de que o eleitor é despreparado e que o povo foi imbecilizado pelo populismo. Se quase noventa por cento da população brasileira aprovaram o governo do Lula, certamente, não foi somente por seu discurso. Longo e enfadonho, por sinal.
Quanto ao seu antecessor, o FHC, foi inegável sua participação na consolidação do projeto democrático e na estabilidade da economia e teria sido muito mais útil para o Brasil não fosse a sua política de privatização indiscriminada, baseada no modelo superado da Margareth Thatcher, que frustrou na Inglaterra. A abertura da economia, na mesma época aplicada por outras nações, dispensaria medidas como a extinção dos monopólios. A telefonia, por exemplo, poderia ser explorada também pela iniciativa privada, como vem sendo, sem necessariamente desestatizar a Embratel. A argumentação de que o avanço tecnológico na área de comunicação deu-se por causa da privatização é, no mínimo, improvisada. Não fosse a desestatização teríamos telefone fixo e celular do mesmo jeito que temos hoje. Países que mantiveram o controle do serviço oferecem telefonia de melhor qualidade que o nosso e por um custo bem menos oneroso ao usuário. As estatais saneadas tomariam o lugar das vulneráveis agências reguladoras que, desde sua criação, atuam como braço direito das concessionárias. O problema era de gestão e não de modelo..
Poderia citar inúmeros casos que, por si só, desfazem a falácia do sucesso das privatizações, mas fico na CEMIG. A voraz voluptuosidade privateira do governo tucano alcançou a empresa mineira. Itamar Franco, criador do FHC, assumiu o governo do Estado e a desprivatizou. Em franca expansão, hoje a Companhia Energética de Minas Gerais é uma holding composta de 58 empresas e 10 consórcios, com ativos e negócios em 19 estados brasileiros e no Distrito Federal e também no Chile.
Sem mais delongas, vou ficar em Mato Grosso do Sul, onde a privatização do FHC causou estragos irreparáveis a curto, médio e longo prazo. A Enersul, única empresa pública lucrativa do Estado foi doada a um grupo português pela mixaria de R$ 350 milhões. E o que esta transação questionável significou em benefício ao usuário e ao Estado? Transferida para uma empresa americana insolvente a Noroeste do Brasil foi criminosamente desmontada, suas estações históricas desativadas, o trem do Pantanal tirado de circulação e máquinas, locomotivas e vagões carcomidos pela ferrugem. Alguém já parou para contabilizar o tamanho desse prejuízo para o Estado e para a nação?
Na outra ponta, por absoluta falta de tempo hábil, escapou à sanha privadista, a Sanesul,  empresa pública de saneamento que, de lá pra cá, como todo investimento (público ou privado) passou por dificuldades, cresceu e hoje é a terceira companhia brasileira na área, mesmo com a exclusão de Campo Grande que privatizou a sua empresa de água e não acrescentou nada que possa ser comparado ao sucesso da remanescente, tanto em expansão como em qualidade.
Aí vem a clássica pergunta: se as privatizações foram nocivas para o Estado por que o Lula as manteve? Porque foram contratos firmados pelo Brasil que, bem ou mal, devem ser respeitados a qualquer custo. O Brasil não é a Bolívia. Os investidores, principalmente os estrangeiros, não podem pagar pela imprevidência de governantes irresponsáveis. O Lula teve a lucidez de interromper o processo de entreguismo, que deveria alcançar a Eletrobrás, Petrobrás, Correios, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, universidades, saúde e até a previdência social, segundo a doutrina do estado mínimo da cartilha do laissez-faire, tão obedientemente assimilada pelos tucanos e seus parceiros do antigo Partido da Frente Liberal. E o fez seguindo a tendência internacional de abertura de mercados, elevando o Brasil à condição de oitava economia do mundo.
Por fim, errando e acertando, os governos democráticos, cada um no seu tempo, todos eles foram fundamentais para a reconstrução da cidadania amesquinhada por quase um quarto de século de ditadura militar e o respeito do Brasil no contexto internacional como nação livre. Isso é o que mais importa e o que mais incomoda aqueles que não se conformam com a democracia.

SERGIO CRUZ, JORNALISTA 

Artigo publicado hoje no Correio do Estado (página 2)