sábado, 1 de setembro de 2012

A velhice da moral

Castigo vem a cavalo, no embalo da moléstia, na moleira do capeta, no capote do azar, nas asas da inveja, na invasão do domicílio, no domínio do mais forte, na fortaleza do ódio, no ode aos desesperados, no deserto de idéias, no ideal da maldade, na beldade da mentira, na manta da intolerância, na intorção da verdade, no verde da injúria, nas juras da traição, nas tralhas dos desamados, no desmame dos covardes, no côvado da mesquinhez, na aridez de bondade, no bonde do desvario, no desvão dos imprestáveis, na impressão da malícia, na milícia dos poltrões, na poltrona dos pecados, nas pegadas do medroso, na medrança da preguiça, na treliça da intriga, no intrincado do intruso, no intrugir dos espertos, no espessar da soberba, na soberania dos déspotas, no despontar dos imbecis, no imbicar dos malogros, na maloca dos velhacos, na velhice da moral, na morada dos boatos, no bote da cascavel, no casco da mula manca, no manicômio dos lúcidos, no lucilar da fé, na febre do ouro, no ouropel dos idiotas, na idiossincrasia dos atrevidos, no atributo dos canalhas, na canalização dos esgotos, no esgorjar do insaciável, na insalubridade do vício, no viço da corrupção, nos corrupios da improvisação, na improvidência do negligente, no negligível do desdenhável, na desdita do pé-frio, no pedúnculo da incerteza, na crueza da inversão, no reverso da medalha, na média da desavença, no avesso do normal, no mal que vem para o bem, da bênção com a mão esquerda, da merda remexida, no remelexo dos quadris, na quadrilha dos eleitos, no leito do rio seco, na secreção da hidrofobia, na hidrogenação da hidra, na idolatria aos deuses, no deúdo com a infâmia, na infância do infalível, no infacundo da retórica, na retorção dos rumores, no rumo da arrumação, no arrulho do acauã, na cauda do caudaloso, no caldo da marginália, à margem da sanidade, no sânie do ferimento, no fermento da desgraça, nas graças do delinquente, no delírio dos profetas, na proficiência dos loucos, na loução dos vigaristas, na viga mestra do medo, no medrante aviltamento, na avultante discórdia, na corda em volta ao pescoço, no osso de volta ao cão, no pão que falta na mesa, na reza fora do altar. Como diz o pobre: rico ri à-toa.    

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