sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O santo padre e a bendita camisinha

Enquanto os vereadores de Campo Grande debatem com ardor cívico e religioso a conveniência ou não de se instalar displays de camisinhas nas escolas municipais, o Papa Bento XVI, numa manifestação histórica para os cânones da igreja, admite o uso do preservativo artificial em dois casos especiais: ao casal onde um dos parceiros haja contraído o vírus HIV e entre as prostitutas. Aparentemente tímida a permissão pode ser comparada à aceitação do heliocentrismo que colocava o Sol no centro do mundo e admitia o formato oval do planeta terra. Conservadora e retrógrada a igreja prega a abstinência como método natural para evitar doenças sexualmente transmissíveis e gestação indesejada e, até aqui, aparentemente, fechava os olhos para a irrefreável evolução da liberalidade sexual que bate às suas próprias portas. A prática da sexualidade segura não se dá por critérios permitidos pela religião, nem pelos padrões estabelecidos por gerações passadas. Acontece pela influência do meio, congestionado pelo excesso de estímulos a partir da televisão e seus programas do gênero e da internet com suas intermináveis e criativas  redes sociais. Logo, a posição contrária da igreja não vai refrear a dinâmica dos acontecimentos. Não mudou no passado.

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