terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Workshop do Senai propõe 2011 como ano da inovação na indústria



O evento reuniu lideranças corporativas na Casa da Indústria para discutir a inovação como estratégia para o desenvolvimento

Criar um ambiente favorável ao desenvolvimento tecnológico e social da iústria. Com esse desafio, o diretor-regional do Senai, Jaime Verruck, abriu o Workshop Inovar para Competir na noite de ontem (06/12) no auditório térreo do Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande. De acordo com ele, o Senai está mobilizando esforços apoiando iniciativas de inovação tecnológica, de tecnologias sociais, de propriedade intelectual e da educação executiva para gerar competitividade para as empresas.

“São programas de Gestão da Inovação que o Senai está disponibilizando para as empresas. A inovação é um dos pilares da competitividade e, por isso, tem de estar no centro das estratégias das empresas. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria aponta que o Brasil, entre 14 países com quem concorre diretamente em Ciência e Tecnologia, está em 8º lugar. Além disso, segundo esse mesmo levantamento, se analisado o potencial inovador, o País salta para o 5º lugar em capacidade de criar novos produtos. Em Mato Grosso do Sul, temos recursos humanos qualificados e um conjunto de fatores que possibilitam que 2011 seja o ano da inovação no Estado”, desafiou Jaime Verruck.

Durante a programação, abordando a palestra “Inovar para Competir”, Mateus Simões de Freitas, do Senai Nacional, ressaltou que é estratégico para as empresas reconhecer a inovação e a transferência de tecnologia como elemento chave para a ampliação da competitividade industrial. “O Senai tem como missão promover a educação profissional e tecnológica, a inovação e serviços para atender as indústrias”, disse, afirmando que para isso o Senai desenvolveu novos conceitos metodológicos de gestão de processos produtivos e que estão à disposição das indústrias. “São serviços especializados com vistas à melhoria da competitividade das empresas”, pontuou.

Ele explica que as cinco metodologias utilizadas são Triz (Teoria da Resolução Inventiva), QGS (Quality Gates System), PSM (Process Stucture Matrix), Praventum (Gerenciamento Ambiental Preventivo) e DOE (Design IF Experiments). “A metodologia Triz tem foco na criatividade para buscar soluções rápidas e de baixo custo, enquanto a QGS está focada na gestão de projetos. Já a PSM visa a comunicação e o fluxo de informações e Praventum busca o gerenciamento ambiental e a responsabilidade socioambiental. Por fim, a DOE tem foco no planejamento de experimentos e análise de resultados visando obter processos e produtos otimizados”, detalhou.

Na sequência do workshop, Thiago de Matos Prates, do Cetec Senai Dourados, apresentou os resultados do Projeto Piloto de Extensão Tecnológica em Mato Grosso do Sul, cuja a meta inicial era atender 20 empresas, índice que foi superado pela unidade. “No total aplicamos as metodologias em 24 indústrias dos mais diversos segmentos, sendo que a maioria formada por microempresas”, disse, detalhando que os resultados apontaram o acesso a serviços especializados que melhoraram a competitividade das empresas. “Tivemos melhoria na qualidade do produto final através da adequação dos processos produtivos às regulamentações pertinentes, redução na perda de produção, conscientização para atualização de conhecimento para gerar qualidade nos seus processos, melhoria da comunicação interna das empresas otimizando diversos processos”, pontuou.

Impactos

Ainda durante o workshop foram apresentados os impactos na empresa com a aplicação das metodologias Inovar para Competir. Os empresários Marcio Ferreira Carvalho, da MWM Tornearia, de Naviraí, e Rosângela Blanco, da Biocar MS, de Dourados, apontaram as vantagens em implantar as metodologias. Rosângela Blanco contou que a empresa está há cinco anos no Estado atuando na produção de biocombustíveis, sendo que 70% da matéria prima da produção vem do óleo usado de cozinha que é recolhido em todo o país por meio de convênio com ONGs.

“Produzimos hoje 100 milhões de litros de biodiesel por ano e 70 milhões vem do óleo de cozinha usado q seria descartado de forma irregular poluindo o meio ambiente”, contou a empresária, completando que, durante a aplicação da metodologia, em menos de um ano o quadro de funcionários da empresa saltou de 12 para 60 funcionários. “Já tínhamos um bom produto, mas com a consultoria conseguimos a certificação e isso garantiu aumento no faturamento de cerca de 50%. Hoje, a empresa tem mão-de-obra qualificada e que o processo de implantação da metodologia Triz continua em andamento na empresa, que também estabeleceu novas metas de produtividade e atuação”, afirmou.

Marcio Ferreira Carvalho contou que a MWM Tornearia é uma empresa de metalmecânica que atua na fabricação de peças e manutenção de equipamentos industriais. “Antes da aplicação da metodologia não tínhamos a prática em gerir a empresa e essa consultoria fez toda a diferença, porque aprendemos a gerir e hoje temos tempo para prospectar clientes na região”, contou, ressaltando que a empresa possui cinco funcionários que foram qualificados e participaram do processo e isso tornou a MWM mais dinâmica e competitiva no mercado.

“A ferramenta oferecida pelo Senai por meio da metodologia Triz nos permitiu ver a necessidade de aquisição para a troca de máquinas. Embora não seja possível mensurar, nós tivemos aumento de receita e hoje dispomos de capital para o fluxo de caixa e para investimentos e para aquisição de matéria prima. Por essa realidade, considero que os investimentos na metodologia de inovação foram altamente satisfatórios e por isso, devo deixar claro que estamos apenas no início da implantação”, contou o empresário.

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